Quando celebramos o sofrimento e a paixão de Cristo, celebramos a paixão e o sofrimento do mundo. O drama da paixão se estende ao longo dos séculos e dos lugares. Os personagens desse drama podem ser identificados também hoje; se de um lado nós podemos contemplar um inocente injustamente julgado e condenado de outro lado estão os que o crucificaram: estão aí os judas que se deixam corromper por trinta moedas, estão aí os anciãos e mestres da lei que manipulam a religião por interesse próprio, estão aí os Pilatos, que usam o poder de maneira cínica a serviço de interesses flácidos. Oxalá não nos identifiquemos com os que direta ou indiretamente crucificaram Jesus!
Talvez nos identifiquemos com os discípulos medrosos e covardes ou então com Pedro que em momento decisivo falhou vergonhosamente. Quem nos dera a fidelidade do discípulo amado e das santas mulheres ou a coragem de Nicodemos e a lealdade de José de Arimateia. Para nós seguidores de Jesus, toda essa história não termina na Sexta-Feira, mas na manhã de Domingo, o Domingo da Ressurreição.A traição, a corrupção, os interesses mesquinhos, em resumo, a morte não tem a última palavra! A última palavra pertence a vida, portanto, não procuremos entre os mortos Aquele que está vivo!A todos os votos de feliz e santa Páscoa! Que o senhor ressuscitado confirme nossa fé e nossas esperanças!Dom José Belisário da Silva, arcebispo metropolitano de São Luís.
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