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Aquidiocese de São Luís elege urgências pastorais para o quadriênio 2017 – 2020

Com representantes das dez foranias que compõem a Arquidiocese de São Luís, realizou-se de 11 a 13 de novembro, na casa de retiro Oásis, a XVII Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, com o tema “Anunciar o Evangelho não é título de glória para mim; é uma necessidade que me foi imposta” (1Cor 9,16).

“De quatro em quatro anos a gente revê a caminhada e planeja os quatros anos seguintes. Uma equipe já fez alguns levantamentos e, nesta Assembleia, vamos ver o que a gente vai decidir. Vamos sair daqui com alguma coisa já organizada”, afirmou Dom José Belisário, arcebispo da Arquidiocese de São Luís.

Para a realização desta Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, foi feito um levantamento com a aplicação de um questionário, em que as comunidades paroquiais puderam opinar e apontar as principais questões e urgências para ação pastoral. O referido levantamento teve como base as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, documento elaborado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

De conhecimento dos problemas apontados pelas foranias no âmbito social, dentre eles, a falta de saneamento básico, insegurança, pobreza extrema, desemprego, drogas e violência, e também no âmbito espiritual e missionário, como falta de responsabilidade com os compromissos pastorais, falta de conscientização do dízimo, além do comodismo, a Assembleia apontou saídas para suprir tais carências.

Mesmo diante das dificuldades e com os problemas sociais vivenciados por grande parte das foranias, dom Belisário mostra-se otimista e motiva os cristãos da Arquidiocese. “Eu pessoalmente acho que nós temos dado passos significativos, mesmo diante dos problemas que enfrenta a sociedade brasileira. E é preciso que as paróquias se organizem sempre mais para dar um serviço adequado, um trabalho adequado para a nossa população”, pontua.

Para o padre Antônio José Soares, a Assembleia é uma oportunidade para refletir sobre a caminhada eclesial. “Percebo que existem muitos desafios, as pessoas estão preocupadas. Às vezes, nós não sabemos bem como solucionar, mas um momento como esse com a contribuição de diversas paróquias, foranias, das pessoas envolvidas em pastoral, é muito enriquecedor, pois orienta como podemos traçar o caminho de anúncio do Evangelho de maneira solidária, e de maneira que a Igreja possa viver sua missão servidora em um mundo de tantos desafios”.

Foi com o desejo de mudar a atual realidade que a Assembleia apontou de que forma as urgências pastorais, citadas nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, seriam priorizadas. Prontamente, os delegados se comprometeram em realizar visitas às famílias não engajadas, promover palestras, estudos bíblicos e formações, além de incentivar as Santas Missões Populares – SMP.

“Esta Assembleia foi uma das que de fato nós refletimos sobre as dificuldades, os desafios, as coisas negativas que existem na nossa realidade de Arquidiocese e, por outro lado, propomos ações concretas que têm a ver com a nossa vida, com a nossa caminhada, com a nossa realidade”, ponderou padre Crizantonio Silva, coordenador arquidiocesano de pastoral e responsável pela comissão de preparação da Assembleia.

As cinco urgências da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil:

  1. Igreja em estado permanente de missão;
  2. Igreja: casa de iniciação à vida cristã;
  3. Igreja: lugar da animação bíblica da vida e da pastoral;
  4. Igreja: comunidade de comunidades;
  5. Igreja a serviço da vida plena para todos;

Para cada uma das urgências foi escolhida uma equipe composta por um leigo, um padre, um diácono, um religioso(a).

1. Igreja em estado permanente de missão

De acordo com o pároco da paróquia Nossa Senhora de Nazaré e professor de teologia, padre Flávio Colins, a Igreja sempre teve a missão como sua característica. A Igreja existe para a missão, ela surgiu disso, começando pelos apóstolos, que quer dizer enviados, a missão caracteriza a Igreja desde o seu princípio.

Para esta urgência, o principal eixo da evangelização é a missão, e dentre outras ações destaca-se a realização das Santas Missões Populares em todas as paróquias da Arquidiocese. “A missão não é só dos padres, a missão é de toda a Igreja, parte da concepção da Igreja. A Igreja é povo de Deus. Hoje, os leigos estão tomando cada vez mais pé da situação de que cada fiel é missionário desde o seu batismo. Então, a missão de toda pessoa que se encontra com Cristo é anunciar o Evangelho”, ressalta o professor.

Para esta urgência, foram escolhidos o pároco de São João Batista, do Vinhais Velho, padre Jadson Borba, e a leiga Mercedes Silva, do Conselho Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Penha. “Nós sabemos que a missão é meta do trabalho do Reino de Deus, porque não podemos ser cristãos, se não pensarmos no trabalho missionário de chegar de porta em porta, de chegar ao próximo, principalmente próximo daquele que está mais necessitando da Palavra de Deus”, destacou Mercedes.

2. Igreja: casa de iniciação à vida cristã

Entre outras ações, visa implantar o itinerário catequético de inspiração catecumenal, realizar seminários e formações para catequistas a partir dos documentos da Igreja.

O leigo que acompanhará essa urgência é o coordenador arquidiocesano da catequese, Zé Maria, o diácono Juarez Moraes e o padre Flávio Colins.

3. Igreja: lugar da animação bíblica da vida e da pastoral

Dentre várias ações propostas para esta urgência, destacam-se o fortalecimento de círculos bíblicos, círculos bíblicos com os jovens em parceria com o Instituto de Formação Juvenil – IFJ, fortalecimento dos meses temáticos da Igreja com visitas e celebrações. Para coordenar esta urgência, foram escolhidos o pároco de Nossa Senhora dos Remédios e professor de teologia, padre Antônio José Soares, o diácono Carlos Magno e o leigo Delson de Jesus, membro do CEBI.

Ter o olhar voltado para uma Igreja em saída foi o que ponderou Delson de Jesus. “Viemos a esta Assembleia para construir uma Igreja em unidade, comunidade de comunidades, e fazer com que essas urgências cheguem às bases, através da proposta de uma pastoral conjunta, em que a partir das nossas especificidades, pensemos numa Igreja como um todo. Um povo de Deus reunido, que celebra, que partilha, mas, acima de tudo, um povo de Deus que tem um olhar para uma Igreja em saída”.

4. Igreja: comunidade de comunidades

Visa fortalecer as ações de comunhão e partilha solidária, fortalecendo as Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, da pastoral da acolhida e da visitação. Para esta urgência, foram escolhidos o pároco do Espírito Santo do Alto Timbira e vigário da forania São Judas Tadeu, padre Hamilton Sobreiro, o diácono Ribeiro, e a leiga Patrícia, membro do Conselho Paroquial da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, do Bequimão.

“Colocamo-nos sob ação do Espírito Santo pedindo a Deus que nos ilumine porque, na verdade, Ele é o grande guia disso tudo. Nós somos apenas instrumentos e desejamos motivar para que esta evangelização aconteça, sobretudo, diante desses desafios que são apresentados”, pontuou padre Hamilton.

5. Igreja a serviço da vida plena para todos.

Objetiva fortalecer as pastorais sociais e implantar onde não tem, despertar o engajamento em favor de políticas públicas para o meio ambiente, violência e saneamento básico, articular o trabalho itinerante da Comissão Justiça e Paz nas foranias. Nesta comissão, foram escolhidos o pároco de São José do Periá e vigário da forania São Benedito, padre Robério Lima e o leigo Ricardo Santos, da Pastoral da Aids.

Para a coordenadora da Comissão Arquidiocesana de Justiça e Paz, Cecília Amim, foi uma boa surpresa saber que as foranias entendem a importância do trabalho da Comissão. “É muito bom que a Comissão Justiça e Paz esteja presente nas foranias e nas paróquias, pois a Comissão está voltada para as questões sociais, para os direitos, para as violações dos direitos humanos para a defesa da vida. E para a comissão é uma ótima notícia perceber que a Assembleia reconhece espontaneamente a importância do papel social que desempenha a Comissão Justiça e Paz, na Arquidiocese de São Luís.

A proposta desta XXVII Assembleia revelou uma Igreja mais participativa, que se mostra mais esclarecida, que exige formação para dar um testemunho vivo da nossa realidade. Através das diretrizes, a Igreja de São Luís terá as orientações necessárias para o próximo quadriênio. “Espero que as paróquias, as foranias, as comunidades, os segmentos pastorais e missionários e de movimentos tomem essas orientações para sua caminhada de vida, para a condução de sua vida pastoral porque, se cada um caminhar do seu jeito, pensando que está fazendo de acordo com aquilo que quer ou que pensa, não é bom para a nossa Igreja, para o nosso espírito comunitário e fraterno, de pastoral de conjunto”, evidenciou padre Crizantonio Silva.

Para o pároco de São José do Bonfim e professor de teologia, padre Bráulio Ayres, trata-se ainda de um estímulo aos mais jovens. “Temos que alargar a corda da tenda de fora das nossas igrejas. E a juventude, a turma nova, precisa saber que é possível e com a disposição de cada um se percebe que é possível sim, e eles querem”.

Outro ponto forte da Assembleia é a avaliação da caminhada para planejar os trabalhos futuros como ponderou o pároco de Nossa Senhora da Conceição, em Cachoeira Grande, padre Antônio José Oblato. “A gente soma forças. Depois de cada Assembleia podemos dizer que nós somos o corpo vivo de Cristo, numa Igreja povo de Deus, uma Igreja cheia de dons e carismas, de uma Igreja que se coloca a serviço de Deus nas comunidades”.

A forma dinâmica de como esta Assembleia foi conduzida favoreceu a participação de toda a Arquidiocese de São Luís. O fato de ouvir as pastorais, os grupos e segmentos sustentou a certeza da caminhada, mesmo com as dificuldades.

Fonte: JM – Ariana Frós, jornalista.

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